quinta-feira, 20 de outubro de 2016

ALGUNS PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS PARA A INTERPRETAÇÃO DOS TEXTOS POÉTICOS



Há um crescimento no interesse de muitos cristãos em saber ler de forma adequada as Escrituras Sagradas, principalmente o Antigo Testamento, mas há um obstáculo: a falta de conhecimento na área da hermenêutica bíblica. Por isso, com base no livro "A Espiral Hermenêutica", de G.R. Osborne, venho expor alguns princípios básicos da hermenêutica para uma boa abordagem e interpretação nas passagens poéticas (com enfase nos salmos).

O primeiro princípio é a observação das estrofes do poema, ou do cântico. O elemento primário da poesia hebraica é o padrão de versos e estrofes paralelas.[1] É importante ficar atento ao desenvolvimento da ideia no salmo, pois assim descobriremos a quebra entre as estrofes. A maioria dos salmos (se não for dizer que todos) são formados por paralelismos, que era uma forma poética de um hebreu escrever. Para melhor compreensão desse primeiro princípio, aconselho lerem mais sobre os tipos de "paralelismos" da poesia hebraica.

O segundo princípio é agrupar os versos paralelos. O poeta escreve de forma poética, emotiva, e isso não pode ser ignorado. Por isso é importante saber agrupar os versos de acordo com a forma poética de um hebreu escrever. Se lermos o texto poético ignorando esse princípio corremos um grande risco de enxergar mais do que o salmista quis dizer no texto, ou acabar perdendo algo de suma importância. Pra isso indico o leitor adquirir uma Bíblia que já contenha as divisões das "linhas" (ideias completas) e cólos (subdivisão das ideias). Há algumas como a Bíblia de Jerusalém e NVI.

O terceiro princípio é atentar para a linguagem metafórica. Esse princípio também não pode ser ignorado pelo fato da poesia ter a linguagem figurada mais evidente no seu todo.

O quarto princípio é observar o pano de fundo histórico do salmo. Normalmente, nas nossas traduções bíblicas, em quase todas as versões, temos os títulos antes de cada salmo, isso facilita o cumprimento desse princípio. É o saber o contexto, como, quem e quando o salmo foi escrito.

O quinto princípio é respeitar o tipo de salmo em que está lendo. Há diversos tipos de salmos. Alguns são de adoração, outros lamentação, outros gratidão e etc. Ambos são diferentes uns dos outros, não iremos compreender um salmo de lamentação se o lermos como se fosse de gratidão. Por isso é preciso saber o tipo de salmos que estamos estudando.

O sexto princípio é estudar os salmos messiânicos, primeiramente, com o seu propósito histórico antes do seu significado escatológico.

O sétimo e ultimo princípio a ser abordado é estudar o salmo como um todo antes de tirar nossas próprias conclusões. O fluxo de ideias no salmo é crucial para o seu significado.[2]


Notas bibliográfica

[1] OSBORNE, Grant R. A Espiral Hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica. Tradução de Daniel de Oliveira, Robinson N. Malkomes, Sueli da Silva Saraiva. Vida Nova: São Paulo, 2012. p. 305.
[2] Ibid, p. 308.


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FÉRES, Leonan. Texto escrito no dia 20/10/2016.



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